Pilotos de fibra…de carbono.
Incidente entre Hamilton e Vettel esquenta a F-1.
Alemão não é o único culpado no episódio.
Brasileiros brilham nos EUA.
Poucas vezes o tema desta coluna surgiu de forma tão
natural e firme como desta vez: o entrevero entre Lewis Hamilton e Sebastian
Vettel na disputa do GP do Azerbaijão já entrou para a história da F-1 como um
dos grandes episódios de rivalidade entre campeões da categoria. Até agora há
quase que unanimidade sobre a qual direção o dedo deve apontar para identificar
o culpado e isso se deve à consequência e não à causa do episódio. O
automobilismo, como qualquer atividade humana, não permite razões puras e cristalinas
e, portanto, não acredito que a responsabilidade do que rolou nas ruas de Baku
deva ser colocada unicamente no caminhãozinho do alemão.
Antes de mais nada o acidente colocou à mesa uma nova
fatia do pão que o diabo amassou e Nico Rosberg consumiu nas últimas três
temporadas. A carga genética do campeão mundial de 2016, porém, contém uma dose
escandinava que na especificação técnica do cidadão Vettel é preenchida por
fluído muito mais latino. Algo bem na cor que identifica seu carro. Para
sobreviver e atigir seu objetivo Nico usou da yoga e de outras técnicas de
relaxamento que não se encaixam no perfil do seu compatriota: basta lembrar os
resmungos de Tião durante o GP do México do ano passado.
Desde o momento do acidente considero que Lewis Hamilton
abusou da malícia ao não acelerar seu carro logo após a saída de uma curva de
90º onde o pelotão que vinha atrás dele e de Sebastian Vettel não tinha
visibilidade da pista após o ponto de tangência. Para atenuar as críticas a seu
pilotos a Mercedes informou que os dados de telemetria de Hamilton confirmam
que ele não pisou no freio no momento do toque inicial. Não é preciso entender
de física quântica para lembrar que tirar o pé do acelerador na saída de curva
é prática comum na disputa de posição em várias categorias de automobilismo.
Quando isso é praticado num circuito estreito e onde os pilotos reclamam da
falta de aderência agir assim é jogar com o risco de provocar uma sequência de
colisões e envolver quem não tem nada a ver com isso.
Tivesse Vettel se contido após o toque que danificou
tanto o bico do seu carro quanto o extrator do monoposto de Hamilton, o inglês
não teria saído do episódio como herói impune. Mas Vettel é Vettel e agora paga
o preço de seu temperamento tropo caldo. Na
repercussão desse acidente na imprensa internacional classifiquei a análise do
escocês Allan McNish como a mais imparcial. O veterano piloto observou um fato
que poucos notaram:
“Não sabemos se tudo isso foi intencional ou foi um
acidente de percurso. Lewis Hamilton tenta conseguir o quarto título que vai
equipará-lo a Sebastian Vettel; por sua vez, o alemão quer o quinto para
distanciar-se do inglês e nesse jogo de estratégias a pressão é grande. Quando
o safety car entrou na pista mais tarde e provocou uma nova re-largada os dois
estava na mesma posição…e o Hamilton fez aquela curva ainda mais devagar… Enfim,
tudo isso faz parte do jogo.”
O vídeo do acidente está circulando nas redes sociais; os comunicados e todos os números do GP do
Azerbaijão você encontra neste link.
Invasão brasileira nos EUA
Lembra até os bons tempos quando os pilotos brasileiros
iam para a Inglaterra e venciam todas as categorias que disputassem, só que o
cenário agora é o automobilismo norte-americano. Na pistas dos Estados Unidos o
País não é só lembrado por Christian Fittipaldi, Oswaldo Negri (dois dos
principais nomes do cenário de Endurance norte-americano, Helio Castro Neves e
Tony Kanaan (figuras de peso na F-Indy). Matheus Leist, Victor Franzoni, Carlos
Cunha, Lucas Kohl e Bruna Tomaselli disputam as categorias de base da cena de
monopostos e chamam a atenção de equipes para as categorias que poderão
disputar no ano que vem.
Leist e Franzoni são as maiores promessas entre esses
cinco jovens. O gaúcho é vice-líder da Fórmula Indy Lights, venceu a preliminar
das 500 Milhas de Indianapolis e já testou um carro de F-Indy a convite da
equipe de Michael Andretti. Franzoni lidera a Pro Mazda e se firma como uma
figura popular no circo da IndyCar. Além de iniciar uma nova fase internacional
em sua carreira o paulista atua como ‘coach” de pilotos mais jovens, a forma
que encontrou para completar o orçamento que garante seguir em busca do seu
sonho
Wagner Gonzalez
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