Alta Roda nº 744/93– 01/08/2013
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Fernando Calmon |
Você conhece ou já ouvir falar do termo motorista-fantasma? Trata-se de um
neologismo, usado no exterior, para indicar alguém ao volante que, por
distração, cansaço, sonolência, má visibilidade, traçado complicado da via,
placa danificada/vandalizada ou simplesmente barbeiragem, entrou
na contramão de uma rua, avenida, estrada ou autoestrada. É uma das situações
de maior risco para a segurança do trânsito. Preocupa até países com grande
tradição automobilística, mesmo que tenham desenvolvido boas autoescolas,
exames de habilitação dos mais rigorosos e baixa tolerância às infrações.
Dois veículos, ao bater de frente (um deles conduzido de forma correta, em sua
mão de direção), geram energia cinética fabulosa e quase sempre fatal aos
ocupantes. Uma colisão com cada carro a apenas 40 km/h equivale, dependendo das
massas envolvidas, a uma batida frontal a 80 km/h contra uma barreira fixa.
Para ter uma ideia, os testes de colisão com bonecos antropométricos, aplicados
por institutos especializados e pelos próprios fabricantes, são executados à
velocidade de 64 km/h.
Em um período de três meses, 25 pessoas morreram na Alemanha depois que as
autoridades passaram a monitorar com mais rigor esse tipo de acidente. No
entanto, o problema é maior. O Ministério de Transportes alemão estima cerca de
1.700 avisos por ano sobre motoristas-fantasma emitidos por rádios FM
dedicadas, muito comuns nas estradas por lá. O Automóvel Clube da Alemanha
contabiliza um total de 2.800 invasões na contramão, embora na maioria das
vezes não se transformem em tragédia.
Parte desse problema começa a ser amenizado com a evolução do recurso chamado
Assistente a Placas de Trânsito. Modelos de preço elevado já reproduzem no
quadro de instrumentos as indicações de velocidade máxima em ruas e estradas,
além de placas de ultrapassagem proibida. Os dois mais caros da Mercedes-Benz,
lançados este ano (Classes E e S), agora incluem sinalização de grande relevância,
a de contramão.
Funciona por meio de uma câmera colocada na parte interna do para-brisa, atrás
do espelho retrovisor. Ela identifica os sinais de contramão e envia a
informação aos computadores de bordo que os processa e reproduz no centro do
quadro de instrumentos. Se detectar que o veículo está prestes a entrar na zona
de mão proibida e vai invadir a via, o sistema adverte o motorista com três
bipes altos e acende um sinal de contramão piscante no mostrador principal.
A fim de melhorar a confiabilidade do assistente eletrônico, um computador
compara os dados da câmera com o da navegação GPS. Se há problema de
visibilidade – tempestade de neve, neblina ou temporal, por exemplo – é gerado
um aviso ao motorista que o sistema está temporariamente indisponível.
Há planos de expansão gradativa dessa nova aplicação para automóveis de preço
menor, como os das Classes C, B e A, além de outros do portfólio da marca. O
Assistente a Placas de Trânsito, nessa versão ampliada, só está disponível, por
enquanto, nas vias de circulação da Alemanha. Mas o fabricante informa que
trabalha para desenvolver e adaptar tal recurso de segurança, de grande
utilidade, para funcionar em mais países.
RODA
VIVA
VOLKSWAGEN quer dar mais
ênfase aos 60 anos no Brasil quanto a lançamentos de produtos. Inteiramente
novo subcompacto up! terá começo de produção na última semana de novembro – a
coluna pode adiantar. Então, nada de vendas em 2013. Assim, ao Golf VII (três
gerações acima da atual), de início importado da Alemanha, caberá a missão.
COMPLEMENTARIDADE de produção tem funcionado bem,
inclusive com o México, hoje regulada (provisoriamente, acredita-se) por cotas.
Ford produz novo Fiesta hatch em S. Bernardo do Campo (SP) em um turno cheio
nas atuais condições de mercado. Já versão sedã continua vindo do México, pois
não se justifica criar meio turno de trabalho.
CÂMBIO automático tradicional (conversor de
torque), seis marchas, vai bem no Onix com motor 1,4/106 cv (etanol) no
trânsito pesado do dia a dia. Trocas de marchas rápidas e suaves, sem afetar de
forma cruel acelerações e retomadas. Seleção manual por botão no pomo da
alavanca de câmbio não é ideal, mas adaptação a esse sistema nada tem de
dramático.
SAIU ranking semestral dos 10 modelos mais
vendidos, em 30 países da Europa Ocidental, segundo a consultoria Jato: VW
Golf, Renault Clio, Ford Fiesta, VW Polo, Peugeot 208, Opel/Vauxhall Corsa,
Ford Focus, Nissan Qashqai, Opel/Vauxhall Astra e BMW Série 3. Clio e Fiesta,
praticamente empatados; único médio-grande na tabela, Série 3, deslocou o
Passat.
CERAS líquidas de polimento avançam na
preferência sobre as tradicionais, em pasta. De acordo com a Autoshine, uma das
vantagens é a rapidez na operação – por volta de 15 minutos, ou metade do
tempo, no caso de automóveis de porte médio. Facilita a aplicação em peças de
plásticos e borracha, além de evitar eventuais manchas em cores mais ingratas
como preto e vermelho.
PERFIL
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista
especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos
técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna
automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma rede
nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do
site just-auto (Inglaterra).
Siga também através do twitter:
www.twitter.com/fernandocalmon
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