domingo, 22 de maio de 2016

Motor VW TSI usa pacote tecnológico desenvolvido pelo Centro Tecnológico MAHLE

O motor de três cilindros e um litro do VW up! passou por uma total reformulação para ser transformado em uma nova referência para o mercado em termos de propulsão. Excelente desempenho, muito torque e consumo de carro econômico são algumas das suas características. Mas para que ele pudesse reunir essas novas qualidades muita coisa precisou ser modificada em relação à versão aspirada.


Ele foi o primeiro downsizing de três cilindros nacional a incorporar turbo, injeção direta e duplo comando de válvulas variável, melhoramentos que se transformaram em 61,5% a mais de torque (16,8 kgfm a 1.500 rpm) e 28% a mais de potência (105 cv a 5.000 rpm). Como se não bastasse, seu consumo ficou menor do que o três-cilindros aspirado. 

De forma simplista fica a ideia de que somente a adoção dessas tecnologias seriam suficientes para que ele recebesse todos esses benefícios, mas a realidade é muito distante disso. Para que ganhasse todos esses atributos ele precisou ser inteiramente refeito internamente. Foi realizado intenso trabalho na redução de atrito dos componentes e na aplicação de recursos tecnológicos inéditos no mercado brasileiro. Também foram desenvolvidos materiais e processos para aumentar a resistência estrutural e térmica de todos os seus componentes.

A experiência e conhecimento do Centro Tecnológico MAHLE, em Jundiaí, SP, foi solicitada no sentido de desenvolver alguns itens internos do 1.0 TSI Flex, notadamente uma versão dos novos pistões Evotec2 RC (ring carrier - com portador de anel), que foram aplicados pela primeira vez no mercado nacional. Para suportar a pressão e as temperaturas médias maiores da configuração turbinada, que proporciona uma alta potência específica, os pistões desse três-cilindros precisaram ser totalmente reprojetados.

Produzidos em alumínio, os pistões receberam um novo porta-anel confeccionado em Ni-resist, um ferro fundido austenítico com coeficiente de expansão térmica próxima do alumínio. Esse componente é adicionado durante a fundição e sua principal função é aumentar a resistência ao desgaste. Os anéis de pistão também foram redimensionados utilizando materiais e cobertura de alta tecnologia, uma vez que a pressão máxima de combustão do cilindro é de aproximadamente 100 bar. Além disso, os anéis foram projetados para apresentar baixo atrito e manter o consumo de óleo lubrificante em um nível de excelência.

As cabeças dos pistões agora contam quatro cavidades para o "encaixe" das válvulas quando abertas, já que ele passa a ter duplo comando de válvulas com variador de fase. As saias passam a ser assimétricas, para redução de atrito. Independente de todas essas características de robustez, que ficam evidenciadas principalmente pela arquitetura das assimetrias das paredes do pistão, ele também tem a responsabilidade de colaborar para um baixo consumo de combustível. Seu desenho também privilegia a redução de atrito, fato resultante de uma menor área das saias do pistão.

Além do pistão, o motor 1.0 TSI recebeu pino de pistão com revestimento de DLC (carbono tipo diamante), que a MAHLE usa pela primeira vez no Brasil,, trazendo benefício adicional na redução de atrito. Complementando esse pacote de itens de alta tecnologia, ele também vem equipado com camisas e anéis com tratamento de baixo atrito, todos desenvolvidos e produzidos pela MAHLE Metal Leve. Também estão sendo usadas pela primeira vez no Brasil e nesse motor, camisas com a parte externa rugosa. Elas permitem uma maior transmissão de calor, em função da sua melhor aderência ao bloco de alumínio, menor deformação e maior troca térmica.

Sem esses componentes, que podem ser considerados vitais para o desenvolvimento do três-cilindros, seria inviável a aplicação de todas as tecnologias imaginadas pela VW no downsizing desse 1.0.

Nenhum comentário:

Postar um comentário