Wagner Gonzalez |
FÉRIAS EM PLENA ATIVIDADE
Pilotos, engenheiros e até os departamentos de recursos
humanos continuam em plena atividade em meio ao período de férias que obriga as
equipes de F-1 a permanecer em plena atividade e ativas por pelo menos duas
semanas nesta altura do campeonato.
A medida que visa a recarregar as baterias
de quem disputa este ano uma temporada de 21 Grandes Prêmios cria espaços para
reverberar as negociações conhecidas, e outras nem tanto, cujos resultados
serão conhecidos, vistos e analisados dentro de alguns meses. Neste cenário
alguns nomes já se destacam: Felipe Massa (foto de abertura) e Sérgio Pérez
entre os pilotos. James Key, na área técnica e Renault e Williams entre as
equipes
Com as três principais equipes já definidas — Mercedes,
Ferrari e Red Bull já confirmaram seus pilotos atuais por pelo menos mais uma
temporada —, a troca de cadeiras afeta equipes do meio do pelotão e, como
sempre as pequenas. Assim, não surpreendem as recentes declarações de Felipe
Massa ao comentar acerca do seu futuro: o brasileiro já deixou claro que só
fica na F-1 se tiver condições de disputar as principais posições, caso
contrário, deixar a categoria é uma opção real. O que surpreendeu em suas
palavras foi a mensagem de que ele procura um ambiente onde se sinta querido e
possa contribuir, clara resposta às recentes declarações de Claire Williams ao
comentar sobre a contratação de Jenson Button.
“Ele também é um piloto extremamente inteligente sob
várias perspectivas, o que certamente vai ser levado em consideração (para sua
possível contratação)…”, declarou Claire, em clara demonstração de que
diplomacia e tato não são seus pontos fortes.
Em uma comparação fria e
calculista Button tem um título de campeão em uma equipe que lhe deu status de
primeiro piloto (Brawn, 2009) e Massa um vice-campeonato no ano anterior
(Ferrari, 2008), quando perdeu o título para Lewis Hamilton praticamente na
última curva da última volta. O inglês sabe, sem dúvida, trabalhar mais sua
imagem junto à mídia europeia, enquanto o brasileiro mostrou na Ferrari e na
Williams que veste a camisa. Isso ajuda a explicar parte da situação atual.
Outra parte da equação pode ser resolvida pela atitude da
Williams com relação ao seu carro deste ano: sem a competitividade do pacote
que garantiu a condição de terceira força da categoria em 2014/2015, Pat Symond
já confirmou que o desenvolvimento do FW38 foi preterido em favor do
desenvolvimento do carro para 2017.
Aliado aos erros estratégicos da equipe
durante as corridas fica difícil manter seus pilotos motivados quando a
herdeira da organização elogia pilotos de outras equipes. Com relação a Valteri
Bottas, cujo contrato também está por vencer, a situação é parecida: após uma
temporada onde foi dado como certo na Ferrari mas o fato não foi consumado, o
finlandês mantém-se tão frio quanto a personalidade do seu conterrâneo Kimi
Räikkönen.
Outra parte da equação pode ser resolvida pela atitude da
Williams com relação ao seu carro deste ano: sem a competitividade do pacote
que garantiu a condição de terceira força da categoria em 2014/2015, Pat Symond
já confirmou que o desenvolvimento do FW38 foi preterido em favor do
desenvolvimento do carro para 2017. Aliado aos erros estratégicos da equipe
durante as corridas fica difícil manter seus pilotos motivados quando a
herdeira da organização elogia pilotos de outras equipes. Com relação a Valteri
Bottas, cujo contrato também está por vencer, a situação é parecida: após uma
temporada onde foi dado como certo na Ferrari mas o fato não foi consumado, o
finlandês mantém-se tão frio quanto a personalidade do seu conterrâneo Kimi
Räikkönen.
Sérgio Pérez, ao contrário de Bottas, fala aos quatros
boxes que sabe o quer e vai conseguir. Como os diretores da Sahara Force India
sempre retrucam que ele tem contrato, a interpretação diplomática dessas
mensagens é clara: o mexicano quer sair, mas a equipe não vai facilitar.
Pérez vem se destacando nas últimas provas e seu nome é ligado com mais ênfase
à Williams e à Renault, onde os problemas são diretamente ligados ao quadro de
funcionários.
Em plena fase de reconstrução, a marca francesa parece
pagar o preço pela maneira como negociou a compra da equipe Lotus: a negociação
se arrastou durante boa parte da temporada, desenvolvendo-se em um ritmo que
vai contra os valores da categoria.
Nessa briga entre as técnicas de
administração de uma grande empresa, cujos passos lentos são lentos e pouco
arriscados se opõe às empregas na categoria, que pratica decisões rápidas e
arriscadas. Assim, não é de se estranhar as declarações de Cyril Abiteboul,
diretor e team manager da Renault na F-1:
“Contratar gente com a rapidez que nós gostaríamos tem
sido bem mais difícil do que nós imaginamos.” Acredita-se que há 90 vagas em
aberto mas a forma como a marca retornou à categoria não ajuda. Ele vai além ao
dizer “quero que as pessoas acreditem que nosso projeto é sério, mas atos,
muito mais do que as minhas palavras, é o que vai mostrar isso”.
Mesmo que o motor da Renault tenha voltado a brilhar nos
chassis da Red Bull, a estrada para atrair gente de peso tem obstáculos
consideráveis: se um técnico ou engenheiro de uma equipe é aliciado por uma
rival ele pode rescindir o acordo, mas é obrigado a ficar inativo por um
período de carência que pode chegar a um ano.
É o que parece acontecer com
James Key, o homem forte da Toro Rosso, que nos últimos dias ganhou proeminência
quando Franz Tost, seu superior, declarou que ele pode ser o novo Adrian Newey
da F-1. Acreditando-se nas palavras do austríaco, o engenheiro inglês tem um
futuro brilhante à sua frente; tomando-as com uma boa dose de fel, pode ser uma
maneira de valorizar seu passe para um possível acordo financeiro…
Foi um acordo financeiro com final infeliz que acabou
provocando o que deverá ser uma atração inesperada nas provas do final da
temporada. Como Rio Haryanto não conseguiu preencher a cota de patrocínio que
garantiria sua permanência na equipe Manor, ele acabou substituído por Esteban
Ocón, que derrotou Max Verstappen na disputa do Campeonato Europeu de F-3 de
2014.
Contratado da Renault - herança de uma decisão acertada da Lotus -,
o jovem francês que completará 20 anos dia 17 de setembro vai ser
comparado com Pascal Wehrleim, protegido da Mercedes e apontado como um dos
destaque da nova geração. O resultado dessa disputa vai influenciar diretamente
nos próximos passos de ambos: Wehrleim indo para a Force India e Ocón, para a
Renault.
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