Wagner Gonzalez |
ESTEBAN OCON, QUEM SABE,
UM REPLAY…
Em 1991, nesta época da temporada de F-1, o belga Bertrand
Gachot cumpria pena em um presídio inglês por ter discutido com um motorista de
táxi londrino e deixou disponível o cockpit de um dos mais bonitos carros da
F-1 moderna, o Jordan 191, obra do polivalente Gary Anderson.
Os satélites
gravitando em torno do planeta Mercedes-Benz, as conexões de Willy Weber e o
observatório de Eddie Jordan se alinharam para permitir ao mundo ver mais
nitidamente o potencial de uma estrela que começava a brilhar, um certo Michael
Schumacher. Quinze anos mais tarde a história se repete e
poderemos ver, quem sabe, um replay desse episódio no mesmo Spa-Francorchamps,
circuito que separa homens de meninos tanto quanto serve de rito de passagem
para novatos de fina estirpe.
Quem poderá nos brindar com esse repeteco é Esteban Ocon, que
nasceu cinco anos depois dessa data e nos últimos anos causou sensação na F-3.
Desde antes do seu nascimento, em 17 de setembro de 1996, seus pais imigraram de
Málaga, Espanha para Evreux, cidade situada a cerca de 100 km de Paris e onde
até hoje mantém uma oficina mecânica.
O currículo iniciado no kart em 2001
inclui dois títulos na F-3: o Europeu, em 2014, e a GPS Series, em 2015, quando
sua carreira esteve perto de naufragar por falta de patrocínio. O contrato com
a Gravity, empresa do grupo Genii, virou abóbora e das sementes brotaram um
contrato com a Lotus, lance de sorte que floresceu em sua ligação com a Lotus,
atual Renault, onde é piloto de testes.
Salvou-o da morte certa não o Rhum Creosotado (os que andaram
de bonde em São Paulo e no Rio de Janeiro lembrarão do anúncio), mas a
Mercedes-Benz, que o adotou em seu programa de jovens promessas. Este ano, por
exemplo, ele foi inscrito no DTM, com um carro entregue à equipe ART Grand
Prix, praticamente substituindo o alemão Pascal Wehrlein, nesta temporada
promovido à F-1. E aqui o destino apresenta um dos seus famosos caprichos: é
contra Wehrlein que Ocon será comparado ao estrear como seu companheiro na equipe
Manor, estreia que acontece muito antes do que o próprio Ocon sonhava:
“Os testes e treinos que eu fiz na F-1 até agora (Barcelona,
Silverstone, Hockenheim e Hungria) me ajudaram a amadurecer, mas, sinceramente,
eu não esperava ter a oportunidade de estrear na categoria tão rápido assim. Na
verdade, estou até chateado de não completar minha temporada na DTM, mas
precisei escolher uma das duas categorias e optei pela F-1.”
O que mais chama atenção na estreia de Ocon na F-1 não é sua
chegada, mas a possibilidade de ser comparado a Pascal Wehrlein, outro jovem da
academia de pilotos da Mercedes-Benz e que até agora ainda não correspondeu ao
que se esperava dele. Poucos acreditavam que sua performance na pequena equipe
inglesa seria tão semelhante ao rendimento de Rio Haryanto. Será, sem dúvida,
uma disputa interessante e que poderá revelar mais um integrante da nova
geração de astros da categoria.
Falha no pit stop prejudica Castro Neves
As
paradas nos boxes são um dos momentos mais críticos em qualquer competição e em
categorias como a F-1 e a F-Indy ganham contornos ainda mais dramáticos e
perigosos. Um erro de avaliação de uma equipe de boxe acabou causando um
acidente envolvendo três pilotos na disputa da 500 Milhas de Pocono, prova
válida como 13a etapa da Verizon Indycar Series; prevista para se realizar no
domingo, a competição foi adiada para ontem por causa das chuvas que caíram
sobre o traçado do estado da Pensilvânia.
O
brasileiro Hélio Castro Neves e o americano Alexander Rossi entraram nos boxes
juntos e a equipe do último liberou o piloto para sair sem se dar conta que
Charlie Kimball se aproximava. O choque foi inevitável e Rossi acabou passando
por cima do cockpit do brasileiro, que foi obrigado a abandonar. Veja aqui o vídeo que mostra o
acidente. A vitória foi de Will Power, atual vice-líder da temporada com
477 pontos, 20 atrás de Simon Pagenaud; Castro Neves está em quinto (384) à
frente de Tony Kanaan (380), que terminou em nono a corrida de ontem.
Brasileiros
tentam lugar na Indy Light
Em
Interlagos, kartistas brasileiros disputam, sábado, vaga na seletiva da Mazda
Road to Indy 2017 (Foto Mazda Road to Indy)
O
kartódromo de Interlagos recebe neste sábado um evento que vai selecionar um
brasileiro para disputar, em Laguna Seca, na Califórnia, a seletiva para uma
bolsa no valor de US$ 200 mil que garante um lugar na temporada 2017 da
categoria de acesso à F-Indy. O evento é aberto para kartistas de 15 a 24 anos,
que podem usar qualquer chassi homologado pela Comissão Nacional de Kart,
equipamento que receberá motores e pneus sorteados pelo promotor Paulo
Carcasci. A programação vai das 8h45 às 13h40 e inclui uma prova para a
categoria parakart, aberta a pilotos com deficiência de locomoção. Mais
informações em www.mazdaroadtoindy.com.br.
WG
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