Wagner Gonzalez |
Asfalto russo poupa pneus
Semelhança com Bahrain faz prever carros mais rápidos.
Temperatura ambiente baixa pode afetar Ferrari.
Honda promete novo MGU térmico.
Circuito com características peculiares e com demandas de
acerto de chassi similares às usadas na pista de Sakhir, Sochi poderá marcar o
início de uma nova fase na temporada 2017 da F-1.
Quarta etapa do Campeonato
Mundial, o GP da Rússia terá em seu grid carros mais acertados e desenvolvidos
graças a três corridas e dois dias de testes realizados no circuito barenita
nas terça e quarta-feiras passadas. Fatores como o asfalto com um dos níveis
mais baixos de desgaste de pneus, a temperatura média ambiente baixa e ausência
de retas demasiadamente longas colaboram para uma disputa mais equilibrada.
Ainda que o terceiro trecho do circuito de 5.848 metros
seja bastante travado graças às suas seis curvas consecutivas em ângulo quase
reto e bastante próximas, a média horária local é relativamente alta. Na
corrida de 2016 a melhor volta da prova foi em 1’39”094, atual recorde oficial,
média horária de 212,452 km/h, autoria do vencedor Nico Rosberg. Vale registrar
que a equipe Mercedes está invicta nessa pista inaugurada em 2014, ano em que
Lewis Hamilton conseguiu a primeira de suas vitórias no traçado situado entre o
Mar Negro e as montanhas do Cáucaso.
Voltando ao traçado: a reta de largada termina em uma
curva de 90o e antecede uma longa
curva de raio constante à esquerda, principal causa de desgaste dos pneus, em
particular o dianteiro direito. Será interessante comparar os tempos parciais
de cada piloto nesse trecho ao longo da corrida: o desenho da curva será um
duro teste de resistência para o pescoço. Curvas de raio constante são raras na
F-1 atual; o circuito sueco de Anderstoorp, construído em torno do aeroporto
local, era famoso por essa característica.
O trecho seguinte tem uma série de curvas de média e alta
velocidades. Segundo Mario Isola, responsável pelo departamento de corridas de
automóveis da Pirelli, a pista russa não apresenta maiores problemas para os
pneus, sendo que os pontos críticos são as curvas 2 e 13, final de retas.
Nesses pontos as freadas podem terminar em travamento de rodas e consequente
desgaste localizado na banda de rodagem, o chamdo "flat spot" no
jargão da categoria.
O desgaste de pneus poderá ser um dos mais baixos da
temporada: se no ano passado houve apenas uma troca desse equipamento durante a
corrida. Assim, os três compostos oferecidos para Sochi incluem o ultramacio
(letras roxas na banda lateral), supermacio (vermelhas) e macio
(amarelo). Pode-se esperar por estratégias mirabolantes de duas paradas para
largar e terminar com os pneus mais aderentes e manter um ritmo de corrida mais
elevado.
Entre as equipes a expectativa maior gera em torno do
desempenho da Ferrari em temperaturas mais baixas (Vettel venceu em corridas
disputadas em ambientes mais quentes: Melbourne e Bahrain) e a evolução da
Mercedes em termos de estratégia e disputa entre seus dois pilotos. Nos demais
times a McLaren (onde se aposta na evolução do motor Honda, equipado com um
novo gerador térmico de energia, o MGU-H) e mais um passo à frente nos carros
da Red Bull, que sempre andam bem em pistas lisas.
Mais pistas a caminho
Esta semana voltou-se a falar na inclusão de novas pitas
no calendário da F-1. O local que tem marcado os melhores tempos nessa disputa
parece ser Long Beach, na área metropolitana de Los Angeles, traçado surgido
para corridas de F-1 entre 1976 e 1983 e palco da primeira vitória de Nelson
Piquet na categoria, em 1980. A administração da cidade estuda investir no
retorno da F-1, o que vai de encontro aos planos da FOM (Formula One
Management), atualmente controlada pelo grupo americano Liberty Media.
Outras praças que disputa vaga são um terceiro circuito
na Alemanha e Londres, onde o parlamento inglês recentemente aprovou leis que
atenuam os inconvenientes de fechar vias urbanas para a realização de
competições automobilistíscas. Roma também foi mencionada em alguns comentários
na imprensa especializada europeia, mas é mais provável que a capital italiana
receba uma etapa da F-E, categoria reservada a carros movidos a energia
elétrica.
Wagner Gonzalez
Nenhum comentário:
Postar um comentário