terça-feira, 11 de abril de 2017

Wagner Gonzalez em Conversa de Pista

Ferrari e Mercedes, meio-a-meio total

Resultado de Xangai questiona Räikkönen e Bottas
F-1 se apresenta domingo no Bahrain
Massa decepcionou na corrida



O resultado do Grande Prêmio da China no último domingo deixou claro que os dois finlandeses que disputam a atual temporada de F-1 estão com um pé na escada, talvez dois, rumo ao telhado. Enquanto Lewis Hamilton e Sebastian Vettel novamente dominaram os dois primeiros lugares do pódio e Max Verstappen mais uma vez brilhou em pista molhada ao terminar a corrida de Xangai em terceiro lugar, Kimi Räikkönen e Valtteri Bottas não conseguiram apresentar competitividade similar a seus dois companheiros de equipe, os atuais líderes empatados no Campeonato Mundial de Pilotos; em outras palavras, definem o meio-a-meio de sucesso e decepção. Para os brasileiros, o desempenho errático de Felipe Massa fez com que o clima instável que reinou durante o GP chinês resultasse numa ducha de água fria sobre os promissores resultados que piloto da Williams conseguiu desde os treinos de pré-temporada até a prova de classificação no sábado.

Tanto para Ferrari quanto para a Mercedes o título do Campeonato Mundial de Construtores é tão importante quanto o de Pilotos: a Scuderia faz raríssimos investimentos em mídia tradicional para anunciar seus produtos e a Haus Bau von Silberpfeile explora tão bem sua presença na F-1 que obtém lucros tanto institucionais quanto financeiros dessa operação. Se os multicampeões  mundiais Vettel e Hamilton não são os primeiros a serem cobrados quando o resultado não acontece como esperado, o título de 2007 já não avaliza altos e baixos de Räikkönen e seu compatriota Bottas ainda tem que provar seu valor.

Entre os dois, ironicamente, é o novato que pode ser considerado o mais seguro entre os dois: seu contrato é de apenas um ano e a Mercedes não tem antecedentes ou valores que sugiram uma substituição inesperada. Além de o fato de Valtteri ainda estar num período de adaptação, o próprio piloto já deixou claro que aceita a condição de segundo piloto, quem sabe para acalmar as sempre agitadas águas da relação entre dois companheiros de equipe ou para trabalhar com mais tranquilidade. Conhecido por sua maneira extremamente fria, e nem sempre calculista, de encarar a vida Kimi acusou a Ferrari de tê-lo prejudicado ao optar por uma estratégia errada.

Sergio Marcchione, o bam-bam-bam da Scuderia e de todo o grupo FCA não gostou e determinou uma conversa direta e reta entre o piloto e Maurizio Arrivabene, diretor esportivo de Maranello. Neste caso não surpreenderá que o companheiro de equipe de Vettel seja substituído durante a temporada. O livro de ponto de Maranello mostra que dois campeões mundiais, John Surtees e Alain Prost, já passaram por situação similar em diferentes períodos da casa modenense. Certamente ainda é cedo para esperar que tais mudanças aconteçam nas próximas largadas, mas o sinal de alerta já foi aceso e num ambiente onde as contratações e renovações de peso acontecem cada vez mais cedo em relação ao final da temporada, o aquecimento global não poderá sequer ser acusado de ter causado o fim do segundo matrimônio entre o “Iceman” e os sempre efervescentes latinos da península em forma de bota.

De bate pronto quem ganha com tudo isso é Max Verstappen cuja habilidade de guiar forte na chuva começa a ser cada vez mais comparada com uma das principais características do estilo de Ayrton Senna. Consequência de problemas técnicos na unidade de potência do seu carro, Verstappen alinhou em 16º e na primeira volta já estava em sétimo lugar, algo bem melhor que a experiência dos novatos Lance Stroll e Antonio Giovinazzi. O canadense não se entendeu com Sérgio Perez ao negociar a entrada da curva 10 e acabou por parar na brita.

Quando o pelotão completava essa volta o sueco Marcus Ericsson saiu da pista da entrada da reta dos boxes e, em vez de seguir pelo pit lane (o que seria uma solução bem mais sensata e segura) voltou ao asfalto de qualquer jeito e bem à frente de seu companheiro de equipe. No movimento de reduzir a velocidade e acelerar novamente, o Sauber de Giovinazzi ficou fora de controle e o italiano bateu forte contra o muro do box. O pior de tudo foi a declaração de Ericsson no comunicado da Sauber após a corrida:

”Eu larguei bem e fiz uma primeira volta muito decente…”
Um triste fim de semana para ele e para a equipe Sauber, que segue sem grandes patrocinadores.

A Williams viu um piloto ser o primeiro a abandonar a prova e outro como o penúltimo a receber a bandeirada de chegada. Felipe Massa jamais esteve em condições de acompanhar o ritmo dos carros da Red Bull ou da Force India, seus concorrentes mais diretos, nem com pneus macios nem com os supermacios, sinal que o acerto instalado no FW40-Mercedes do brasileiro para a corrida não foi adequado. O resultado desse erro tirou de Massa a possibilidade de marcar pontos importantes numa briga onde a Williams já foi superada pela Force India; pior, mostrou que o time inglês não consegue reagir com rapidez e acuidade às mudanças de clima e condições de pista.

Se tal situação esfria as esperanças de voltar a ver Massa regularmente entre os top 10, as atuações de Fernando Alonso mostram que o espanhol ainda não perdeu a majestade e conseguiu manter seu McLaren MCL32-Honda em sexto lugar por muitas voltas. A quebra de um semi-eixo, porém, impediu a conquista dos primeiros pontos da sua equipe, situação que também envolve a Sauber e a Renault. A Haas marcou seus primeiros pontos do ano, com Kevin Magnussen e os dois Force India VJ10-Mercedes de Sérgio Pérez e Estebán Ocón andaram juntos praticamente durante toda a prova.  O campeonato prossegue neste fim de semana com a disputa do GP do Bahrain. O resultado completo do GP da China e a situação do Campeonato Mundial de F-1 você encontra aqui. Todos os resultados do GP da China você encontra neste link.

Wagner Gonzalez


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