quinta-feira, 13 de abril de 2017

Fernando Calmon - Alta Roda - Devagar com o andor do carro autônomo

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Fernando Calmon
Um desafiador mundo novo se aproxima com a possibilidade de os automóveis receberem equipamentos que permitirão direção semiautônoma, de início, e completamente autônoma em etapa mais distante. Existem muitas facetas positivas entre elas o aumento de segurança no tráfego, principalmente quando aumentar o número de veículos conectados entre si e com a infraestrutura urbana e rodoviária adequada. Isso se dará porque os humanos erram, ficam cansados, se distraem e avaliam mal as situações de risco. 

Pesquisas nos EUA indicam que, em média, um motorista americano passa 290 horas atrás do volante a cada ano. Segundo Leandro Laporta, da Orange, empresa especializada em tecnologia de automóveis conectados, o uso de câmeras, lasers, radares, sensores ultrassônicos e lidar (tecnologia óptica de detecção remota de imagem e distância) podem coletar e programar dados continuamente e liberar o condutor para outras funções como trabalho ou lazer, sem qualquer estresse. Inteligência artificial ainda terá que ser bastante desenvolvida. 

Mas há obstáculos que ainda precisam ser superados quanto à vulnerabilidade de dispositivos e, principalmente, de veículos conectados. Levantamento recente feito pela resseguradora Munich Re apontou a segurança cibernética como a principal preocupação nos veículos autônomos. Os carros têm que ser à prova de invasão de hackers do mal e isso exigirá bilhões de dólares em estudos e testes. 

Os fabricantes investem somas vultosas no desenvolvimento de veículos autônomos, mas ninguém tem resposta final sobre esses riscos, segundo Clarence Hempfield, vice-presidente de inteligência de localização da Pitney Bowes, empresa especializada em transações comerciais físicas e digitais. 

Hoje há cinco graus de automação de veículos estabelecidos nos EUA pela SAE (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade, no significado atual). No quarto grau um motorista terá de ficar atrás do volante, embora o carro se autoconduza em estradas e avenidas específicas para esse uso. No quinto grau nenhuma supervisão será necessária: pode-se girar o banco e esquecer de tudo. Mas há fabricantes, como a Toyota, que não pretendem em um futuro próximo passar do nível 3 – interferência do motorista a intervalos regulares (maiores até que os 10 segundos atuais) – para a decisão final continuar em suas mãos e pés. 

A empresa, de forma pragmática, afirma que a sociedade até admite acidentes fatais provocados por erros humanos, mas seria intolerante se mortes acontecessem por falhas de computadores e sistemas autônomos. “Nenhuma empresa automobilística ou de tecnologia da informação está perto do nível 5. Levará ainda muitos anos para se alcançar a perfeição requerida”, afirmou Gill Pratt, presidente do instituto de pesquisas da marca japonesa, durante a Feira de Eletrônica de Consumo, a CES, em Las Vegas (EUA), no começo deste ano. 

A Ford, agora em abril, também procurou ser mais conservadora. Um motorista comum nos EUA só poderá adquirir um carro completamente autônomo entre 2026 e 2031. Assim, a espera será longa mesmo que experiências em ambientes limitados possam ocorrer antes. No dito popular, devagar com o andor que o santo é de barro... 

RODA VIVA

Conforme antecipado em abril de 2015, fonte da Coluna confirma: PSA Peugeot Citroën passa a equipar em junho próximo modelos das duas marcas com câmbio automático de seis marchas (da japonesa Aisin) em substituição ao de quatro marchas de origem francesa. Falta desse câmbio mais moderno prejudicou, em especial, vendas do Peugeot 2008 THP Flex. 

Apesar de as vendas para o mercado interno terem demonstrado uma primeira reação, é das exportações que vêm as boas notícias. Primeiro trimestre deste ano foi o melhor da série histórica com 172.693 unidades de automóveis, comerciais leves e pesados, no valor de US$ 2,799 bilhões. São números 70% e 58% maiores que no mesmo período de 2016. 

Ociosidade média da indústria automobilística continua elevada e próxima a 50%. Precisaria ocorrer uma aceleração maior da comercialização interna para estabilizar o nível de emprego, que continua a cair: menos 8,7%. São 103.635 funcionários, mas nem todos ativos e com jornadas de trabalho menores. Estoques subiram de 33 dias (fevereiro) para 35 (março). 

Ford Edge ficou mais tecnológico, sem perder característica de amplo espaço interno e porta-malas acima da média (1.110 litros de volume útil). Motor V-6, 3,6 litros, de 284 cv e 34,6 kgfm é apenas suficiente. Como versão turbo não está disponível aqui, consumo alto de gasolina diminui autonomia. Muito boa a direção de relação mais direta em manobras de baixa velocidade. 

Webasto vê perspectivas de ampliação do mercado de teto solar no Brasil. Em modelos de topo de linha faz parte de equipamentos de série ou opcionais na maioria das marcas à venda no País, em particular as importadas. A empresa alemã tem versões mais acessíveis do equipamento para séries especiais de carros compactos. Na outra ponta versões com células fotocrômicas. 


PERFIL
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1999. É publicada em uma rede nacional de 85 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).

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