Coluna 2217 – 02.06.2017
edita@rnasser.com.br
O surpreendente Fiat Argo
Desenvolvi
alguns parâmetros nesta vida de convívio com automóveis. Coisa não acadêmica,
mas fruto de vivência. Um deles, a batida do fechamento da porta. Pelo som dá
para imaginar o cuidado na amarração de forças na carroceria, a rigidez
torcional nas curvas, estradas ruins, freadas viris, beirando o pânico.
Foi
a primeira surpresa com o Argo, o som seco, firme. Lembrava o Golf. Carro
italiano com alguma coisa de alemão, pareceu-me bem.
Andando
iniciou moldar conceito. Receptividade auxiliou muito: banco agradável, controles
em linha reta visual, comandos próximos. E equipamentos inusuais à faixa de
preço e porte do Argo. Passagem por buracos tem resposta firme, um tum! seco, indicando boa rigidez, boa
construção. Bem impressionou.
Caminho
Para
a Fiat o Argo não é mais um, mas o carro para suprir parte das vendas
perdidas com a supressão dos produtos idosos – parte dos Palio, Idea, Punto,
Bravo. Na prática, iniciar novo ciclo operacional para a marca, hoje com
fixação em qualidade em projetos, materiais, métodos. Missão adicional, justificar
os investimentos na fábrica Fiat em Betim, MG, pós gastos na usina de Goiana,
Pe, de onde saem os atuais queridinhos da FCA, Renegade, Compass, Fiat Toro.
Argo
é criação do mesmo time da FCA/Fiat, mecânica liderada pelo eng Claudio
Demaria; estilo pelo time de Peter Fassbender, acertos de suspensão, direção e
freios pela equipe do eng Robson Cotta. Foram os responsáveis pela formulação
dos atuais vencedores. Em design, o
conceito do Toro foi aplicado, com linhas retas envolventes, grupos ópticos longos.
No interior, miscela de soluções de Fiat Coupé, como a faixa na cor do carro no
painel frontal, as saídas de ar, a parte traseira, movimento dos ponteiros de velocímetro
e conta giros – ao ligar giram mais de 300 graus para indicar a passagem de
energia, lembram Alfa Romeo. Nada a ver com o novo Tipo. Projeto para América
Latina, plataforma com parte frontal do Palio, nova daí para trás.
Como
a Coluna explicou, foca nos líderes
Chevrolet Ônix e Hyundai HB20 e resolveu fazer melhor: desenho, construção, uso
de aços especiais, estamparia a quente, bem explorando resistência aos impactos
externos, perigosa fraqueza do Ônix. E conseguiu mais espaço interno e porta
malas, menor ruído, mais equipamentos, menor consumo, mais disposição.
Rico
em composição de itens de segurança e infodiversão, painel arrematado por tela
central, projetada como a dos Mercedes, e com 18 cm.
Três
motorizações: Firefly 1,0, 3-cilindros, 72/77 cv; torque 10,4/10,9 m-kgf;
transmissão mecânica 5M; Firefly 1,3, o 3-cilindros com mais 1, 101/109 cv;
13,7/14,2 m.kgf de torque; transmissão automatizada agora chamada GSR; EtorQ 1,8,
135/139 cv, torque de 18,8/19,3 m.kgf; e caixas mecânica 5M ou automática 6M.
Bem completo, com câmera de ré desde a versão básica.
Em
resumo, o Argo não é apenas mais um, mas a nova cara da Fiat, mirando oferecer
produtos superiores à concorrência – como o é.
Fiat Argo Quanto
Versão
|
R$
|
1.0 Drive manual
|
46.800
|
1.3
Drive manual
|
53.900
|
1.3
Drive GSR
|
58.900
|
1.8
Precision manual
|
61.800
|
1.8
Precision auto 6M
|
67.800
|
1.8
HGT manual
|
64.600
|
1.8 HGT auto 6M
|
70.600
|
As
versões 1,3 devem ser as mais vendidas.
Câmbio automático 6 marchas relança
Citroëns C3 e Aircross
Novo
conjunto moto propulsor nos modelos C3 e Aircross: motor 4-cilindros, 1,6,
flex, 118 cv com transmissão automática 6M, até então aplicada aos motores
turbo. Leitor da Coluna já sabia por
antecipação.
Muito
evoluiu ante precedente de apenas 4M. Novo agregado, por si só traria ganhos em
agilidade, redução de consumo, mas esses tempos de mercado em início de
retomada, exigem fazer festa para atrair clientes. É o caso. Deu trato geral no
C3: re calibrou o motor e o em volta, como conforto de marcha, em especial
quanto a barulhos e vibrações. No pacote versão de entrada Attraction, a
iniciais R$ 58.540. Praticou o mesmo para o Aircross, de gradação iniciada pela
versão Live, por R$ 67.990, e à irmã Peugeot pegou cor emprestada, aplicando-a
às novidades: é Dark Carmin, pomposo marrom metálico.
Todas
versões bem fornidas: transmissão Aisin, japonesa, líder no negócio; direção
elétrica, ar, multimedia, computador, pneus ecológicos, trio elétrico. No Aircross,
luzes DRL – acesas ao virar a ignição; rodas em liga leve aro 16”.
Conjunto
Adequação
do conjunto ao sul do Equador, empregou 250 profissionais e 132 protótipos
rodando 300 mil km, buscando conforto no reduzir ruídos, rapidez e suavidade na
troca de marchas, anular vibrações. Citroën quer criar o rótulo.
Em
tal messe alongou a sexta marcha em busca de economia, ante a dosagem de torque
do motor, quase 13 quilos a 1.500 rpm, capaz andar em rotações baixas. Bem
dotado: sistema automático de partida a frio; comando de válvulas com aberturas
variáveis; bomba de óleo alterna pressão por demanda – gera 1% de economia;
cilindros, pistões e anéis com menor atrito; bielas forjadas, de menor peso e
alta resistência; tuchos hidráulicos.
Interior
com boa vedação térmica e acústica, e infodivertimento. É o caminho sem volta
da, como diz Akio Toyoda, líder da empresa familiar, comoditização do automóvel, em transformá-lo num telefone esperto,
capaz de transportar o dono.
Via
Uma
das marcas com maior queda na recessão nacional, ao combinar motor/caixa
confortável, ágil e econômica/estilo/conteúdo lembra os bons atrativos de C3 e
Aircross. Manutenção a R$ 1/dia, garantia 3 anos.
Buenos Aires, o 2º. Salão brasileiro
Adefa, associação dos fabricantes argentinos de
automóveis, e AMC Promociones organizam
o Salón Internacional del Automóvel em Buenos Aires, 10 e 20 de junho. Será no
elegante espaço ferial La Rural, em cinco pavilhões, 30 mil m2. Atração usual,
veículos antigos, nesta edição enfatizando Rolls-Royces, Antigos Argentinos, e
da curiosa classificação Clássicos Modernos. Três museus de automóveis estarão
presentes.
É realizado nos anos ímpares, desencontrando com a
mostra paulistana, criando cenário para lançar veículos brasileiros,
pretendentes ao mercado latino americano. Edição de 2017 caracteriza isto:
cearense Ford pré apresentará o EcoSport; paranaense Renault exibirá o Kwid;
paulista GM o mexicano importado Equinox; Fiat o recém mostrado Argo, e versão
sedã a ser argentina.
Atração separada em três estandes diferentes,
espécie de trigêmeos trivitelinos, picapes com pequenas diferenças: Nissan
Frontier, Renault Alaskan; e Mercedes Classe X. Os três têm a mesma base e
serão produzidos pela Nissan. No segmento Volkswagen exibirá o picape Amarok
com motor diesel V6 3,0.
E renca de chineses; Citroëns Cactus; Fiats 500L e
Tipo; Alfas Giulia e SUV Stelvio.
Atração mundial, o Iglesias 1907, primeiro carro
construido na Argentina por marceneiro com enorme capacidade realizadora.
Vendas pela internet: (tienda.mercadolibre.com.ar/salon-del-automovil-)
Roda-a- Roda
De novo –
Citroën re importa espanhóis C4 e Gran C4 Picasso, 5 e 7 passageiros. Modelos
mais caros da linha no país, marcam-se por espaço interno, cuidados para
confortos em viagem. Muita tecnologia – padrão a clientes europeus.
Conjuntos –
Motor 1,6 Turbo, desenvolvido com a BMW, 165 cv, transmissão automática 6M.
Inova em estilo, espaço, visibilidade, conectividade, e confortos.
Muito -
Troca automática de faróis alto/baixo; alerta e correção de mudança
involuntária de faixa; lê placas de velocidade; visão 360 graus; Park Assist;
sistema ativo de ponto cego; acesso mãos livres.
$ -
Cada modelo tem padrões de decoração Seduction
e Intensive. Preços a partir de R$
121.400 versão 5 lugares, e R$ 131.400, com 7.
Variedade –
Novo Mini Countryman agora nos revendedores em três versões: Cooper, R$ 145
mil; Cooper S, R$ 165 mil; e já conhecida ALL4, R$ 190 mil.
Kwid –
Usualmente bem informado jornalista Marlos Ney Vidal divulgou preço máximo do
próximo produto Renault, um hatch
suvenizado: R$ 34.900. Em março Coluna
apostou em R$ 29.900 para versão de entrada.
Mais –
Será mostrado no Salão de Buenos Aires. Bom rendimento por parcos 800 kg e
motor de 3-cilindros, 1,0, com maior torque na cilindrada.
Duas Rodas – Guilherme Berg, organizador do tradicional encontro de motos em
Tiradentes, MG, criou variante na também mineira São Lourenço. Fórmula
vitoriosa expondo marcas, produtos, serviços, e inovou com leilão de motos
clássicas.
Mais – Novo Bike Fest reuniu
12.000 pessoas, gerou negócios superiores a R$ 3 milhões, superando
expectativas e garantindo futuras edições.
Caminho –
Volvo Cars, única montadora de carros Premium sem produção no Brasil, tomou via
inexplorada para ampliar vendas: clientes com deficiência. Projeto específico
para aproveitar redução de impostos.
Vantagem –
Governo federal reduz IPI a 13% nos carros a gasolina e 25% aos diesel. Alguns
estados isentam de IPVA. Volvo foca vender SUV XC90.
Alegria – Ano
tido como o vale do mercado – vendas de caminhões atingiram nível mais baixo -,
Mercedes-Benz festeja: entregou 524 caminhões Atego e Axor, todos 6x4 à Raízen,
produtora de álcool, e Borgato, prestadora de serviços.
Pacote - Sócia da Shell, maior exportadora de açúcar de
cana no mundo, e Borgato optaram ante capacidade de andar no campo e na
estrada, e pacotes de manutenção e rastreamento 24x7, 9 meses por ano.
Sistema –
Empresa aplica frota própria e terceirizada, entretanto mantém a gestão da
logística sob seu controle. Olho e mão do dono, vacina contra falhas.
Pronúncia –
Área de peças e acessórios Chrysler é a Mopar. Nos EUA dizem Môpar, e na FCA
tratam-no Mopár ou Môpar. Versão depende do interlocutor.
Regra –
Ao lançamento do Argo, ante citação da pronúncia norte-americana, Carlos
Eugênio Dutra, diretor de produto, botou ordem e definiu: aqui é Mopár.
.
História – Ford festejou referência histórica em
maio.: 90 anos do encerrar produção do Modelo T, apresentador do poder da
mobilidade. Ao início da década de ’20 o T representava metade da frota
mundial.
Conceito – Expôs a
mágica da redução de preços por escala. Em 1908 a US$ 800 e ao final em 1927
por US$ 295. Resultava das operações sequenciadas, a linha de montagem. Vendeu
mais de 15 milhões de unidades mundo afora.
Derrapagem – Em comunicado
Ford Brasil festeja o maio de 1919 citando-o como o início da montagem do T no
Brasil. Teria sido à rua Florêncio de Abreu, hoje dedicada a ferramentas
chinesas em S Paulo. Nem um, nem outro.
Pioneirismo – Primazia foi
do baiano Antônio Navarro Lucas. Conquistou a representação Ford para Bahia,
Sergipe e Alagoas, e em Salvador instalou linha de montagem tirando 10 unidades
mensais a partir de julho de 1918, dois anos antes da marca iniciar sua
montagem na capital paulista.
Gente – Alexandre Biagi, antigomobilista,
industrial, reconhecimento. OOOO Sua
Uberlândia Refrescos recebeu prêmio de Qualidade Coca-Cola por qualidade,
segurança no trabalho, meio ambiente. OOOO Melhor operação nacional dentre as franquias da marca. OOOO Raul Anselmo Randon, empreendedor perfecionista, láurea. OOOO Doutor Honoris Causa em Ingegneria Gestionale pela Universidade de
Pádua, Itália. OOOO Randon implantou
linha de implementos de transporte, fabricou caminhões fora de estrada, tem
intensa produção de maçãs, e recentemente vinhos e queijos RAR. OOOO Segundo brasileiro a receber tal título.
Antes, o escritor Jorge Amado. OOOO
Renata Carvalho, jornalista, mudou de lado. OOOO Deixou o programa de tv Autoesporte e assumiu Gerência de RP e Imprensa
Citroën. OOOO
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