O complexo industrial da Volare em São Mateus é o mais
moderno da Marcopolo S.A. em todo o Brasil e um dos mais avançados do mundo. A nova
fábrica construída para a produção do Volare Cinco adota sistemas com
tecnologia de ponta, com robotização de soldas e de pintura, otimização de
processos, automação, layout funcional e cortes a laser em tubos e chapas,
entre outras características.
A nova fábrica conta com processo produtivo inédito, que
utiliza o conceito de montadora, com os processos de montagem e pintura em
linhas contínuas, redução da movimentação dos componentes e sistemas, com
operadores e ferramentas fixos nos postos e sistema visual de informações. Tudo
isso permite o mapeamento das atividades e garante padrões de qualidade e
eficiência superiores (eficiência controlada por veículo produzido), além de
oferecer melhor ergonomia para os colaboradores.
Para construir a operação de produção do Volare Cinco
foram investidos mais de R$ 100 milhões em terreno com área total de 82,34
hectares. Além da modernidade de instalações industriais e de processos
produtivos como um dos principais diferenciais, a fábrica tem conceito inteligente
para todos os setores, especialmente o layout para a linha de montagem, com
atenção especial à sustentabilidade, ao bem-estar, e à segurança e ao conforto
dos colaboradores.
Os prédios, com pé direito livre de 10 metros, ventilação
permanente provocada pelas técnicas aplicadas na edificação, telhado e laterais
duplos para reduzir o calor, e iluminação natural são algumas das
características. De acordo com o conceito de fábrica inteligente, a unidade
industrial representa um modelo inovador, com recursos técnicos e sistemas para
proporcionar ambiente interno arejado e claro, por intermédio de aproveitamento
da luz natural e das correntes de vento típicas da região. Placas
prismáticas, que oferecem 500 lux e luminárias em LED com sistema automatizado,
que ampliam a luminosidade e reduzem o consumo de energia elétrica.
O grande diferencial da nova fábrica é o conceito
produtivo adotado. Os veículos são produzidos em linhas de montagem e pintura
contínuas. Toda a construção da estrutura da carroceria é feita em duas células
de pré-montagem e sete módulos, com gabaritos especiais e com soldas realizadas
por quatro robôs, com sistemas automatizados e para garantir a máxima
eficiência.
Depois de construída, a estrutura é colocada
automaticamente em um “carrinho” de transporte que a transporta para a cabine
de pintura, onde o conjunto recebe o primer (pintura base). Concluída esta
etapa, o transportador retorna e leva a estrutura pintada para a estação
seguinte.
Neste momento começam a funcionar os AGVs – são sete no
total na fábrica. Os AGV são transportadores computadorizados com sensores de
presença e aproximação que automaticamente circulam pela fábrica levando
sistemas, componentes para a montagem e transportando a carroceria e o chassi
para pontos definidos das linhas de montagem. Os sensores garantem a segurança
da operação para que os AGVs não “batam” ou “atropelem” nenhum outro
equipamento ou mesmo colaborador. Sua movimentação obedece um tempo determinado
– conhecido por “Takt Time”.
A montagem da carroceria termina com a colocação dos
painéis (processo de modularização), como frente, traseira, portas, assoalho e
portinholas, entre outros itens.
Um dos pontos mais modernos da fábrica são as cabines de
pintura. Em linha e com modernos sistemas computadorizados e de funcionamento
robotizado, garantem padrão de qualidade com acabamento automotivo (como nos
veículos de passeio).
A carroceria ingressa na linha de pintura e passa por
três células de preparação e limpeza antes de iniciar a pintura propriamente
dita. As cabines têm sistemas de exaustão e iluminação diferenciados para
atender às normas ambientais. Depois, a carroceria recebe a pintura, feita por
dois robôs e ingressa na cabine de estufa e secagem, feita por calor. A
carroceria passa ainda pela cabine de liberação final, antes de seguir na linha
de montagem. Em todas as etapas, a movimentação é feita automaticamente pelos
AGVs.
A fase seguinte é a colocação de todos os acabamentos e
itens internos. Painéis laterais, teto, forração, assoalho, vidros, painel de
instrumentos, poltronas, porta-pacotes, equipamentos de áudio e vídeo. A
carroceria está pronta e completa a ser acoplada ao chassi, em uma nova etapa da
linha de montagem.
Os chassis têm suas estruturas produzidas pela própria
Volare (em outro prédio, também dentro do complexo industrial de São Mateus) e
são montados em uma linha exclusiva. As longarinas e as peças vêm separadas e é
feita a montagem do quadro em um gabarito, todo monitorado eletronicamente,
onde os operadores podem acompanhar cada etapa/processo e garantir a perfeita
fixação de todas as peças. Nesta linha a movimentação também é feita pelos
AGVs.
São sete postos de montagem e, em cada um o controle de
cada atividade é feita eletronicamente, por código de barras. No caso de
qualquer problema ou ocorrência, a linha para e o produto fica aguardando a
resolução do problema para liberação e continuidade da montagem. Tudo
obedecendo o tempo de avanço da linha (Takt Time).
Novamente a carroceria é transportada por um AGV e tem
início o processo de acoplamento do chassi na estação conhecida como Portal de
Acoplamento. O AGV movimenta a carroceria, faz o acoplamento. Depois o conjunto
é suspenso para que seja feita a fixação, realizada por um operador, com 16
parafusos com equipamentos semiautomáticos, com torque controlado e três
sequências de “apertos”, para garantir a correta calibragem dos parafusos.
Depois da montagem do veículo completo, a movimentação é
feita por um AGV exclusivo, chamado de rebocador, cuja movimentação é feita de
maneira diferente das etapas anteriores, onde a carroceria e o chassi são
movimentados sozinhos e separados.
Após a fixação, o veículo passa por três postos, onde
recebe as ligações e a finalização do processo e também pelo sistema de
abastecimento, onde recebe todos os líquidos (arla, fluidos, água, etc). Na
sequência, o veículo passa por uma inspeção visual e pelos testes de freio e de
rolo (dinamômetro), e alinhamento de rodas, onde é concluída a montagem.
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